terça-feira, 27 de novembro de 2012

HISTÓRIAS DO ZUZU

OS SINOS DA IGREJA

Com Gabriel Valio, seu cunhado, também aprontou uma das suas. O relógio da Matriz era sempre acertado por Gabriel, pois somente ele e miguelzinho mecânico conheciam suas engrenagens. Quando acontecia de parar por algum defeito e assim deixarem de bater os sinos, marcando as horas e as meia-horas, com o som ouvido a longas distâncias, servindo para que os habitantes da cidade e mesmo da zona rural saberem as horas do dia ou da noite, como também acertarem seus relógios, chamados de patacões, Gabriel subia a longa escadaria para verificar o que acontecia. Pois bem, tio Zuzú tudo observava da janela de seu cinema e arquitetou uma travessura.

Logo que os ponteiros foram acertados, ele atravessou a pequena praça e munido de um estilingue e bolinhas de rolimã de aço, com uma pontaria certeira, fez um dos sinos soarem fora do momento de bater as horas. Gabriel Valio, preocupado, retornou até o relógio, subindo as escadarias da torre novamente e verificou que nada havia de errado. Desceu e quando estava quase no final da escada, novamente o sino volta a bater, e ele preocupado com o estranho acontecimento, volta até o relógio, achando tudo normal. Isso terminou, quando o tio arteiro e espírito de criança chega até seu cunhado e revela sua aprontada, que tudo terminou com gargalhadas de ambas as partes e dos que assistiram o fato inusitado. ("Nascente das águas", Jairo Válio, Editora Ottoni, 2005, p.176-177)