quarta-feira, 28 de novembro de 2012

HISTÓRIAS DO ZUZU


UM PREGO FINCADO NO DEDO.

Dito Paulino queria fazer um bote para pescar com os amigos nos rios Turvo e Pinhal e consultou tio Zuzú sobre a possibilidade dele fazer o barco. Pensou, como era sua maneira de ser, parecia um pouco relutante, até que concordou. Pediu ao Dito Paulino que comprasse tudo que fosse necessário, tábuas de madeira, pregos e todos os outros materiais. Foi no fundo do barracão onde o Dito Paulino tinha uma loja de materiais de construção, na Rua Elias Valio e ali começou o serviço.

Numa determinada hora, Dito Paulino e Zé Corrêa seu amigo, escutaram tio Zuzú gritando dizendo que tinha perfurado o dedo da mão esquerda com um prego. Apavorados, viram a mão toda ensanguentada e um prego varando de um lado para outro um dos dedos da mão. Quiseram levar tio Zuzú para a farmácia e ele se recusou, dizendo que deviam tirar ali mesmo, era só puxar que ele aguentava a dor. Zé Corrêa, com muito cuidado e tremendo, pega na ponta do prego e ao puxar devagar, nota que a ponta saiu sem dificuldades e aí é que perceberam a aprontada. Tio Zuzú tinha serrado um prego, colocando a cabeça num lado do dedo e a ponta do outro, amarrando para que não caísse e depois colocou mercúrio cromo em abundância em toda a mão, parecendo sangue que estava saindo do dedo. Não restou aos amigos cairem na gargalhada e anotarem  em suas memórias mais uma aprontada do tio Zuzú bricalhão, gozador e arteiro, um verdadeiro moleque num corpo de adulto. ("Nascente das águas", Jairo Válio, Editora Ottoni, 2005, p.177)